Nota de repúdio do SINDMUSI-MG à desvalorização da arte e da música

Nota de repúdio do SINDMUSI-MG à desvalorização da arte e da música
Photo by Nathalia Segato / Unsplash

O Sindicato dos Músicos Profissionais do Estado de Minas Gerais, SINDMUSI-MG, lamenta o potencial despreparo daqueles que se apresentaram como candidatos ao governo do estado nas eleições do ano passado e membros da sociedade civil mineira para entenderem as complexidades que a arte provoca e, sobretudo, a importância das iniciativas públicas para a sustentação da arte e enriquecimento cultural.

Em 2 de setembro de 2018, presenciamos uma violência brutal contra a cultura nacional brasileira, quando o acervo do Museu Nacional esvaiu-se em chamas no Rio de Janeiro. Não há palavras que descrevam a perda que isto representa à cultura brasileira, mas devemos aprender através deste ocorrido. O Brasil, mais do que nunca, deve instruir-se a preservar sua cultura e sua história.

Quantas crianças e adultos serão furtadas do direito de aprender sobre tantos temas pela perda descrita acima?

A cultura é dotada de patrimônios materiais e imateriais e é dever do Estado zelar por esta herança, assim como é dever do governo de Minas zelar por seu patrimônio cultural. Parte desta riqueza cultural remete-se à arte e, em especial para o SindMusi, à música.

Minas Gerais possui o tamanho geográfico equivalente à França e é maior que mais da metade dos países do globo terrestre. Todo este patrimônio merece carinho e respeito, mas não apenas em discursos. Minas merece incentivo e manutenção de seu grande potencial cultural, formador deste povo e provocador de horizontes melhores.

Minas não é só Congado e nem ópera, não é só fé nem  samba, não só sertão e soul, jazz e oratórios. Minas é tudo isto.

Sabemos que o investimento em cultura é pífio diante de tantas outras demandas, mas tal negligência é inadmissível e estaremos firmes para lutar pelos músicos mineiros, docentes ou performers, eruditos ou populares, a qualquer hora e a qualquer tempo.

Minas é um museu a céu aberto, com suas igrejas, praças, parques e teatros. E, se algum deles se vira à elite, devemos otimizar seu funcionamento, mas, nunca os difamar para nos “livrarmos”. Os eleitores elegem seus governantes para zelar por seu patrimônio e não para que oportunistas o destruam por ações ou palavras.

Políticos não são patrões, mas funcionários do povo, admitidos pelo voto para cuidar do patrimônio material e imaterial da sociedade.

Repudiamos qualquer governo que não incentive e valorize a cultura, expressão de um povo. Nos dispomos a colaborar para a criação de medidas protetivas à arte e seus espaços de atuação.

SINDMUSI-MG na luta!